por Tom Magalhães
A Cia. Teatral Aurora apresentou diariamente, durante a segunda semana de outubro, o espetáculo “Cabaré Aurora”, o terceiro de uma série homônima, com direção de Martha Grill e tendo como palco a Biblioteca pública pelotense. Na entrada, recebemos uma velinha e as boas vindas ao cabaré. A velinha agoura a premissa da peça: uma morte, mas também simboliza o ponto de vista de cada um, à medida que nos movemos pela biblioteca/cabaré, seguindo a ação da peça. O espaço é bem usado, com repetidas mudanças do ângulo pelo qual se acompanha a ação. Criaturas grotescas, entre nobres e bestas, emergem da biblioteca, seja entre grunhidos ou em silêncio sepulcral. Enquanto não há texto, o físico domina, e ainda estamos mais na biblioteca do que no cabaré. As criaturas, por enquanto, são da biblioteca, espectros decadentes da cidade. Como disse meu amigo Tiago Kickhoffel, há como um desenvolvimento da linguagem ao longo da peça. À medida que o texto chega, vamos conhecendo os personagens, e a biblioteca vai virando o cabaré decadente (existe tema mais pelotense do que a decadência?), situado não se sabe quanto tempo depois dos episódios anteriores da série.
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